ESTRATÉGIAS DE GESTÃO HÍDRICA FRENTE ÀS SECAS PLUVIOMÉTRICAS NO TRIANGULO MINEIRO: DESENVOLVIMENTO DE UM ÍNDICE PARA ANÁLISE TEMPORAL, ESPACIAL E SOCIAL
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A seca é um fenômeno natural complexo, marcado por desequilíbrios entre oferta e demanda hídrica e capaz de gerar impactos ambientais, sociais e econômicos significativos. Sua ocorrência manifesta-se em diferentes intensidades e escalas temporais e tem se agravado devido às mudanças climáticas, que altera os ciclos hidrológicos e intensifica a variabilidade climática. Como resultado, eventos de seca tornaram-se mais frequentes e severos, afetando diretamente a disponibilidade de água e a resiliência das comunidades. No Brasil, a Região Sudeste tem enfrentado secas recorrentes e crises hídricas que comprometem a produção agrícola. Pesquisas recentes mostram que todas as regiões mineiras estão sujeitas a secas intensas, embora algumas áreas apresentem maior sensibilidade devido a suas características físicas e climáticas. Entre elas, o Triângulo Mineiro se destaca pela combinação de relevo menos acidentado, que favorece o aquecimento superficial, e elevadas perdas hídricas por evapotranspiração, resultando em maior aridez. Além disso, o regime pluviométrico do estado — com chuvas concentradas entre outubro e março e estiagem prolongada no inverno — amplifica a vulnerabilidade hidrológica, especialmente em áreas com balanço hídrico negativo. A localização do Triângulo Mineiro em diferentes unidades hidrográficas também influencia sua disponibilidade hídrica, pois cada bacia apresenta padrões próprios de oferta e demanda e medidas de gestão de recursos hídricos. Esse aspecto territorial é relevante para compreender a heterogeneidade da suscetibilidade às secas. Apesar dos avanços na caracterização da severidade das secas por meio de indicadores padronizados, permanece o desafio de integrar informações sobre perigo, exposição e vulnerabilidade, especialmente para sistemas produtivos sensíveis, como a agricultura de pequeno porte. Nesse contexto, o presente estudo empregará índices standarizados para representar o perigo climático (ex. SPI, SPEI, NDVI) e o integrará a um índice composto de risco de secas voltado a pequenos agricultores, permitindo avaliar de forma mais abrangente a dinâmica hidroclimática e socioeconômica do Triângulo Mineiro.