Síntese e caracterização de nanopartículas de prata utilizando resíduo de poliuretano como agente redutor
resíduo de poliuretano, nanopartículas de prata, agente redutor, caracterização estrutural, aditivo antimicrobiano.
Atualmente, é essencial agregar valor aos resíduos poliméricos para promover a sustentabilidade. O presente estudo relata a síntese de nanopartículas de prata (NPsAg) utilizando nitrato de prata (AgNO3) como precursor metálico e resíduo de poliuretano (PU) oriundo da reciclagem mecânica de refrigeradores como agente redutor, com a finalidade de estudar a atividade antimicrobiana do nanocompósito formado. Foram fabricadas amostras variando de 10 a 60% de Ag com base no peso do PU. A caracterização do resíduo de PU foi realizada por meio de análise termogravimétrica (TGA), microscopia eletrônica de varredura (MEV), espectroscopia na região do infravermelho por transformada de Fourier (FTIR) e espectroscopia Raman. Além dessas técnicas, os nanocompósitos PU-NPsAg foram caracterizados utilizando espectroscopia de energia dispersiva de raios-X (EDS), difração de raios-X (DRX) e espectroscopia na região do ultravioleta visível (UV-Vis), além de ter sua atividade antimicrobiana analisada por teste de difusão em disco. As curvas TGA e DTGA revelaram que a decomposição térmica do resíduo de PU ocorreu por um mecanismo complexo, sendo o polímero composto por difenilmetano diisocianato (MDI) e um poliol não identificado. A incorporação de NPsAg no resíduo de PU afetou significativamente sua estabilidade térmica, a partir da equação de Arrhenius. Os difratogramas confirmaram a presença de NPsAg no resíduo de PU após a síntese e foram detectados também picos residuais originados de contaminantes. Utilizando a equação de Scherrer, o tamanho médio das NPsAg foi de 10,82 nm. As micrografias exibiram uma morfologia caracterizada por partículas com NPsAg espalhadas aleatoriamente e contaminantes, confirmado também pela análise de EDS. A utilização combinada das técnicas de FTIR e Raman possibilitou o monitoramento das reações de formação das NPsAg. O teste de difusão em disco não revelou atividade antimicrobiana nos nanocompósitos, o que sugere que deve ser utilizada outra técnica para análise antimicrobiana.