Análise da influência da adição de polímeros superabsorventes e substituição de agregados por resíduos em compósitos cimentícios.
argamassa autoadensável, concreto autoadensável, polímero superabsorvente, areia de exaustão de fundição, resíduo de corte de mármore e granito, cura interna, calor de hidratação.
A construção civil, embora essencial para o desenvolvimento econômico e social, é também uma das maiores consumidoras de recursos naturais e geradoras de resíduos. Diante desse desafio, a busca por soluções sustentáveis tem impulsionado o desenvolvimento de novos compósitos cimentícios que aliam desempenho técnico e menor impacto ambiental. Entre esses materiais, os concretos autoadensáveis (CAA) se destacam por sua elevada fluidez e coesão, eliminando a necessidade de compactação. Neste trabalho, analisou-se a adição de polímeros superabsorventes (SAPs) e resíduos industriais, como o resíduo de corte de mármore e granito (RCMG) e a areia de exaustão de fundição (AEF), em argamassas autoadensáveis como forma de se obter proporções otimizadas para o CAA. Os SAPs funcionam como reservatórios internos, liberando água gradualmente durante a cura do cimento, o que auxilia na prevenção de fissuras por retração. No entanto, sua incorporação tende a reduzir a resistência à compressão dos compósitos. Para compensar essa perda de resistência, a inclusão de resíduos como o RCMG e a AEF se mostra promissora. O RCMG, composto por partículas finas, contribui para o aumento da viscosidade da mistura, enquanto a AEF, ao substituir parcialmente a areia natural, oferece uma solução sustentável, reduzindo o consumo de recursos naturais e o descarte inadequado de resíduos industriais, além de melhorar o desempenho mecânico do material. A tese foi organizada em três artigos científicos. O primeiro apresenta uma análise bibliométrica abrangente sobre o uso de SAP, RCMG e AEF em compósitos cimentícios. O segundo artigo, avalia as propriedades físicas e mecânicas de argamassas autoadensáveis modificadas com SAP, RCMG e AEF. Foram realizados ensaios de espalhamento, viscosidade plástica aparentem resistência à compressão axial e à tração por compressão diametral, além de medições do módulo dinâmico de elasticidade, massa específica e absorção de água por imersão. No terceiro artigo, o foco foi a análise térmica do calor de hidratação e a absorção por capilaridade, essenciais para compreender o comportamento do material nas primeiras horas de cura e sua durabilidade. A aplicação de um planejamento de experimentos (DOE) permitiu uma análise estatística das interações entre os materiais.