Acetilação. Fluidos de perfuração. Goma diutana. Limpeza do fundo do poço. Reologia.

O objetivo deste trabalho foi estudar a partir da realização de ensaios reológicos o comportamento viscoso de soluções aquosas aditivadas com goma diutana, submetidas a diferentes condições de concentração polimérica (0,75 g/L; 1 g/L; 1,25 g/L; 1,5 g/L e 1,75 g/L), salinidade (3 g/L; 30 g/L; 60 g/L e 90 g/L de NaCl) e temperatura (4 °C; 25°C; 40°C; 60°C e 80°C). De modo complementar, diferentes rotas de sínteses de acetilação (acetilação 1, acetilação 2 e acetilação 3) foram testadas, para verificar qual delas seria capaz de promover uma acetilação bem-sucedida, degradando minimamente as cadeias do biopolímero. A metodologia aplicada consistiu no preparo de soluções aquosas, caracterizada pela adição da goma diutana seca a água destilada (15000 RPM durante 10 minutos). Algumas condições e parâmetros foram variados ao longo da etapa base de acordo com o objetivo específico do ensaio, no caso concentração, temperatura e salinidade. As acetilações foram realizadas usando diferentes meios orgânicos, agentes acetilantes e catalisadores. Espectros de FTIR foram feitos no espectômetro Agilent Cary 630 FTIR com cristal de ZnSe na resolução de 4 cm-1 e acúmulo de 128 varreduras, de modo a verificar o grau de acetilação obtido em cada síntese. Os resultados reológicos mostraram as curvas de fluxo seguem o modelo pseudoplástico para todas as condições, além disso a diutana apresentou uma boa capacidade de ser manter estável, mesmo com as variações da concentração, salinidade e aumento da temperatura. As espectroscopias obtidas por FTIR, mostraram que as acetilações 1 e 2 foram mais efetivas na substituição nucleofílica do grupo hidroxila ativo por grupos acetila, contudo causaram uma grande degradação da cadeia polimérica, o que não ocorreu com a acetilação 3. Todos estes aspectos, reológicos e de modificação química, colocam a diutana como um potencial biopolímero para estudo e aplicação em diferentes áreas da engenharia, principalmente nos fluidos de perfuração aquosos, que podem ser usados em campos complexos, como o pré-sal brasileiro, no qual condições mais severas de salinidade e temperatura são comuns.