Os processos globais abalam as identidades locais, hábitos e costumes nos territórios caipiras, uma vez que a cultura é retratada como ultrapassada diante do desenvolvimento estabelecido pela sociedade. Com a influência de referências externas é preciso refletir sobre como revalorizar a identidade da cultura caipira na contemporaneidade e como fazer os habitantes desenvolverem o sentimento de pertença no lugar e na sua cultura. Assim, a proposta do projeto de extensão será uma continuidade das ações da pesquisa de mestrado (em andamento) do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento, Tecnologias e Sociedade - DTecS UNIFEI, que se desenvolve na área do Design e Território com o diálogo entre tradição e inovação para valorizar as identidades produtos locais caipiras. Na pesquisa foi identificada a ancestralidade de um artefato tradicional em comunidades caipiras, o artefato proveniente do fruto cabaça, desde a utilização pelos primeiros habitantes indígenas, portugueses bandeirantes, tropeiros, africanos escravizados até a chegada na morada das famílias caipiras. A cabaça possui a função primordial de recipiente de alimentos e bebidas, entretanto, sua produção e uso como objeto utilitário encontra-se desvinculado de sua origem, devido à concorrência com os artigos industrializados. Esta é uma provocação do sistema que desafia o design a agir transversalmente, para revalorizar e projetar as culturas locais e regionais por meio de produtos ligados ao território. O artefato foi revalorizado e ressignificado com um projeto conceitual e a sua produção foi repensada por meio de futuras aplicações com tecnologias como a modelagem 3D e termoformagem. Além disso, foram realizadas pesquisas com produtores, artesãos e associações, somado da popularização da pesquisa por meio de uma exposição artística e cultural intitulada "Trajetória da Cabaça na Terra Caipira Paulista - Exposição Itinerante", desenvolvida na comunidade no formato presencial com restrições, devido à pandemia da Covid 19. A exposição foi executadas duas vezes, e trouxe a arte e história como ferramenta de ensino lúdico com a ancestralidade e usos atuais da cabaça na Terra Caipira Paulista, nome atribuído à região do Vale do Paraíba Paulista, e que possui uma rede social com o mesmo nome para divulgar as ações @terracaipirapaulista. A proposta do projeto de extensão é continuar a exposição itinerante abrangendo também a Terra Caipira Mineira, nos municípios próximos à região do Vale do Paraíba Paulista, no Sul de Minas Gerais como Delfim Moreira-MG, além da execução no município onde a discente reside, Cruzeiro-SP. Há uma marcante similaridade nos hábitos e costumes de paulistas e mineiros, inclusive no uso e produção de artefatos como a cabaça, justificando a continuidade da exposição para um novo público. Contudo, os recursos utilizados nas exposições anteriores foram limitados com a doação de peças por um artesão e parcerias com duas empresas que forneceram alguns materiais de estrutura e tecidos, sendo que o mobiliário caipira do cenário foi emprestado da casa da própria discente autora, sendo necessário novos materiais e suportes adequados para que a exposição continue em outros municípios. Com os recursos do edital será possível identificar novos produtores e artesãos mineiros, realizar registros fotográficos profissionais em campo, tanto no território paulista quanto no mineiro, divulgar a pesquisa e projeto na fanpage @terracaipirapaulista e outros canais de comunicação que vinculem cultura e arte. Além disso, dará continuidade na exposição por meio de impressões de fotografias em alta resolução com suportes, material de qualidade e formatos maiores, sendo que o banner, um elemento de destaque para o local da exposição será adquirido por meio de parceria com a empresa One Print. O recurso também trará elementos apropriados para abrigar e proteger os artefatos na área expositiva, além de novos materiais naturais para compor o cenário rústico caipira. Para compor o cenário, uma viola caipira em cabaça será construída e exposta, pois envolve a criatividade e destreza manual do artesão para transformar um elemento natural em instrumento musical, uma peça rara de se encontrar, mas que faz parte das tradições e festas populares da região, e poderá ser exposta ao público pelo recurso do edital. Outra novidade que será exposta é a execução física do protótipo 3D do projeto conceitual da tecnologia social desenvolvida na pesquisa, para avaliar a interação dos usuários na usabilidade do produto, um momento de ativação e interação na exposição, que será desenvolvido em parceria com o Centro Universitário Teresa D'Ávila - UNIFATEA. A Instituição também dará suporte na edição de vídeo de um documentário sobre a exposição, artefatos e o cotidiano caipira, que será realizado em por meio do curso de Rádio, TV e Internet. As ações darão suporte para aproximar ainda mais o público mineiro e paulista do universo da cabaça e reforçará a identidade caipira do território expresso em um artefato. Além de trazer uma nova técnica para produzir o fruto, que poderá facilitar o trabalho artesanal do artesão.
discentes do PPG DETecS
População de Delfim Moreira e Cruzeiro
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