DESIGUALDADES NO ACESSO À SAÚDE BUCAL: EXPERIÊNCIAS DE IDOSOS EM CIDADE DE PEQUENO PORTE.
Saúde Bucal. Desigualdades Sociais. Acesso aos Serviços de Saúde. Idosos.
A saúde bucal constitui uma dimensão inegociável do bem-estar e da qualidade de vida, mas permanece profundamente marcada por iniquidades sociais e territoriais, especialmente em municípios de pequeno porte. Este estudo tem como objetivo analisar as desigualdades no acesso e na utilização dos serviços odontológicos em Brazópolis (MG), a partir das experiências dos idosos, grupo cujas vivências revelam as barreiras estruturais do cuidado. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, fundamentada na Determinação Social da Saúde, buscando compreender como fatores socioeconômicos, territoriais e subjetivos modulam o uso e a percepção dos serviços públicos odontológicos. A coleta de dados será realizada por meio de entrevistas semiestruturadas com usuários da Estratégia Saúde da Família (ESF) e de um questionário semiestruturado, submetido a análise estatística descritiva simples (frequências, médias e proporções), de modo a caracterizar o perfil sociodemográfico dos participantes e contextualizar os padrões de acesso. As falas serão interpretadas pelo método do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), permitindo sintetizar o pensamento social sobre acolhimento, efetividade e barreiras de acesso. Evidências preliminares apontam que as iniquidades decorrem não apenas da oferta limitada de serviços, mas também do baixo conhecimento em saúde, das dificuldades logísticas e da percepção historicamente reduzida de necessidade de cuidado. Ao articular dimensões objetivas e subjetivas, o estudo pretende oferecer subsídios teóricos e empíricos para o aprimoramento das políticas públicas de saúde bucal, contribuindo para práticas mais equitativas e sensíveis às especificidades sociais e territoriais locais.