Inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho: perspectivas em uma cidade do interior de Minas Gerais.
PCD; Barreiras; Inclusão; Mercado de Trabalho
Esta dissertação tem como objetivo analisar a inserção de pessoas com deficiência (PCD) no mercado de trabalho de uma cidade do interior de Minas Gerais, investigando se as PCD em idade ativa estão atuando em cargos ou funções correlacionadas à sua área de formação profissional. O estudo parte do contexto histórico de lutas sociais e avanços legislativos que marcam a trajetória dos direitos das pessoas com deficiência no Brasil, destacando marcos como a Constituição Federal de 1988, a Lei nº 8.213/1991 (Lei de Cotas) e a Lei nº 13.146/2015 (Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência). Apesar do arcabouço jurídico consolidado, observa-se que a efetivação da inclusão laboral ainda enfrenta desafios relacionados ao preconceito, à falta de acessibilidade e às barreiras organizacionais. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório e descritivo, realizada entre outubro de 2024 e outubro de 2025, com base nas contribuições teóricas de Gil (2023) para o delineamento da pesquisa e Bardin (2011) para a análise de conteúdo, tratamento e interpretação dos dados qualitativos. A coleta de informações foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas aplicadas a PCD inclusas e não inclusas no mercado de trabalho, de idades entre 18 e 60 anos, e a gestores de Recursos Humanos que se ofereceram para participar do estudo. A seleção dos participantes se deu por amostragem não probabilística em cadeia do tipo “bola de neve”. Na etapa de análise dos dados, as entrevistas com PCD inclusas e não inclusas no mercado de trabalho, assim como com gestores de recursos humanos, foram fundamentais para compreender a realidade investigada. A utilização da técnica de análise de conteúdo de Bardin (2011) possibilitou organizar os sentidos e significados das narrativas em dois eixos principais: Eixo 1 – Processos de relações atitudinais excludentes e culturais discriminatórias e Eixo 2 – Relações de identidade sociais e organizacionais. Essa sistematização permitiu identificar barreiras, lacunas institucionais e possibilidades de aprimoramento das práticas de inclusão laboral, revelando tanto os desafios persistentes quanto os caminhos potenciais para a consolidação de uma cultura organizacional inclusiva.