Desenvolvimento Local, Memória, Cultura, Artesanato, São Lourenço.
A pesquisa procura entender o processo de “crescimento” da pequena São Lourenço, através da memória. O que nos leva a indagações acerca primeiramente do que se entende como “crescimento econômico” e “desenvolvimento”. Em seu texto, “O fim da farsa: o fluxo financeiro integrado”, Ladislau Dowbor (2018), faz uma análise da política econômica brasileira. O autor coloca como “círculo virtuoso”, ações da economia financeira, em que os bens de consumo fariam a economia girar na medida em que a população tivesse acesso a eles, reduzindo o desemprego através do crescimento das atividades. Famílias trabalhando, consumindo, pagando impostos e o Estado resgatando o “equilíbrio financeiro”, como afirma o pesquisador. Tais indagações se fazem necessárias para abrirmos discussões e pensarmos em novas soluções para as questões do desenvolvimento local e de como podemos resgatar a memória não registrada. Objetivando registrar uma história do desenvolvimento do município de São Lourenço, a partir dos “ditos e dos escritos”, o estudo envolve a leitura e análise da seleção dos temas recorrentes e dos diálogos estabelecidos com a produção científica/acadêmica. Para a consecução dos objetivos propostos, tomamos como ponto de partida os estudos sobre desenvolvimento FURTADO (1974) e poder local DOWBOR (2018). Interdisciplinarmente, nossa principal ferramenta será recorrer a outra disciplina do campo das humanas, falaremos sobre (percepção/participação do/no) desenvolvimento através da memória (HALBWACHS, LE GOFF), nos depoimentos gravados e transcritos, narrados por idosos asilados no Lar São Francisco, na cidade de São Lourenço. A escolha de idosos asilados se justifica pelo pouco ou nenhum registro da memória dessas pessoas que vivem no lugar do “esquecimento”.