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Banca de DEFESA: MÁBELE DE CÁSSIA FERREIRA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MÁBELE DE CÁSSIA FERREIRA
DATA : 04/04/2025
HORA: 08:30
LOCAL: Sala de reuniões M3
TÍTULO:

COMPORTAMENTO FENOLÓGICO E MODELAGEM DO DESENVOLVIMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS: CLIMA ATUAL E FUTURO


PALAVRAS-CHAVES:

viabilidade de sementes; escala fenológica; limiares térmicos; aparecimento de folhas; modelos de desenvolvimento; mudanças climáticas; viabilidade financeira.


PÁGINAS: 150
RESUMO:

Aumentos de temperatura do ar projetados para ocorrerem ao longo do século XXI emergem como um dos principais fatores limitantes para o desenvolvimento de espécies florestais, especialmente no estágio inicial, quando as plântulas são mais sensíveis à variabilidade térmica. Compreender a fenologia do desenvolvimento inicial dessas espécies é essencial para aprimorar estratégias de resiliência para viveiros florestais e programas de reflorestamento no clima futuro. Esta tese aborda essa questão por meio de cinco objetivos: I) analisar a influência de variáveis meteorológicas, período de maturação, dispersão e armazenamento sobre a viabilidade das sementes de seis espécies florestais - Bauhinia forficata Link, Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna, Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex DC.) Mattos, Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos, Tabebuia rosea (Bertol.) Bertero ex A.DC. e Tabebuia roseoalba (Ridl.) Sandwith) - por meio da análise de componentes principais (Capítulo I); II) adaptar a escala fenológica BBCH para descrever o desenvolvimento inicial para cinco espécies nativas (B. forficata, C. speciosa, H. chrysotrichus, H. impetiginosus, e T. roseoalba) (Capítulo II); III) estimar os limiares e o requerimento térmico para o desenvolvimento inicial dessas espécies (Capítulo III); IV) calibrar e avaliar o desempenho dos modelos de desenvolvimento Filocrono (FIL) e Wang e Engel (WE) em estimar o desenvolvimento inicial das cinco espécies; e V) identificar os impactos dos aumentos da temperatura do ar projetados na duração do desenvolvimento inicial (Capítulo IV) e na viabilidade financeira (Capítulo V) para a produção de mudas das cinco espécies no viveiro florestal. Para atingir os cinco objetivos, foram realizados testes de emergência nas amostras de sementes utilizadas e conduzidos experimentos a campo ao longo de quatorze datas de semeadura no período de 2022 a 2024 em Itajubá. As sementes das espécies florestais estudadas foram provenientes de múltiplas datas de semeadura e apresentaram padrões distintos de viabilidade em termos de porcentagem de emergência, índice de velocidade de emergência, tempo médio de emergência e velocidade média de emergência. As sementes de H. chrysotrichus, H. impetiginosus, T. rosea e T. roseoalba são mais sensíveis ao tempo de armazenamento, com redução da viabilidade proporcional ao aumento do tempo de armazenamento. As condições meteorológicas  influenciam a maturação fisiológica e emergência das sementes das espécies estudadas, sendo que amostras provenientes das regiões mais quentes e secas apresentaram melhores índices de emergência. A primeira escala BBCH adaptada para descrever o desenvolvimento inicial das espécies estudadas identificou dois estágios de desenvolvimento principais: 0 (germinação) e 1 (desenvolvimento foliar) e doze subestágios (códigos 00-09 a 110). As espécies atingiram o subestágio 110 (10ª folha visível na haste principal) em ~ 171 a 190 dias, havendo diferenças na duração dos subestágios (00 a 110) em todas as espécies. Os limiares térmicos estimados para as cinco espécies variaram entre 10,6 e 12,6 ºC (temperatura base), de 20,3 a 21,5 ºC (ótima) e de 41,9 a 43,9 ºC (superior). A C. speciosa possui menor exigência térmica para se desenvolver durante o estágio inicial (160,5 ºC dia folha-1) enquanto a B. forficata maior exigência (224,4 ºC dia folha-1). Os modelos Filocrono e Wang e Engel estimaram com maior precisão o desenvolvimento inicial em termos do número de folhas (NFac) (erro < 1,5 folhas) comparado a duração do desenvolvimento inicial (DDI) (erro entre 11 a 32 dias). O filocrono foi melhor para descrever o desenvolvimento das espécies C. speciosa e H. chrysotrichus, e o Wang e Engel foi superior para as B. forficata, H. impetiginosus e T. roseoalba. Por fim, para atender o objetivo V, o melhor modelo de desenvolvimento (FIL ou WE) foi alimentado com as saídas de 16 Modelos de Circulação Geral (MCGs) do NASA Earth Exchange Global Daily Downscaled Projections (NEX-GDDP) da nova geração do Coupled Model Intercomparison Project Phase 6 (CMIP6). Foram realizadas simulações do desenvolvimento, em termos de NFac e DDI, para o clima atual (CP, 1995-2014) e projeções para três períodos futuros: futuro próximo (FP, 2041-2060), futuro intermediário (FI, 2061-2080) e futuro distante (FD, 2081-2100), em 3 cenários socioeconômicos (SSP2-4.5, SSP3-7.0 e SSP5-8.5). A viabilidade financeira para produção de mudas foi analisada pelo valor presente líquido (VPL) dos custos calculados para o CP, FP, FI e FD (nos 3 SSPs). Apesar dos aumentos projetados na temperatura do ar (entre +1,3 e +4,5 ºC) e tendências heterogêneas no desenvolvimento das espécies (-54 a +24 dias), a viabilidade financeira será pouco impactada. A adoção de medidas adaptativas para garantir a qualidade e o vigor das mudas no futuro irá aumentar os custos da produção de mudas de ~ 0,22% a 4%.

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1765763 - FABRINA BOLZAN MARTINS
Externa ao Programa - ***.783.466-** - CÁSSIA GABRIELE DIAS - UNIFEI
Externa ao Programa - 1091032 - VANESSA DA FONTOURA CUSTODIO MONTEIRO - UNIFEIExterno à Instituição - EVANDRO LUIZ MISSIO
Externo à Instituição - CLEVERSON HENRIQUE DE FREITAS
Externo à Instituição - MARCEL CARVALHO ABREU - UFRRJ
Notícia cadastrada em: 13/02/2025 10:59
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