A INTEGRAÇÃO DOS MODELOS WRF E MGB-IPH COMO SUPORTE À PREVENÇÃO DE INUNDAÇÕES:
UM ESTUDO DE CASO PARA A BACIA DO PARAÍBA DO SUL
A Bacia do Rio Paraíba do Sul (BRPS) se destaca no cenário econômico brasileiro, abrangendo uma região responsável por aproximadamente 11% do PIB nacional e englobando os estados com maior densidade populacional e desenvolvimento econômico do país. No entanto, a BRPS é frequentemente impactada por eventos extremos de precipitação, resultando em inundações e deslizamentos. Este estudo avalia a integração dos modelos atmosférico WRF e hidrológico MGB-IPH para prever eventos extremos de precipitação e vazão, visando otimizar alertas de eventos extremos de inundação na região. Para compreender o comportamento hidrológico da BRPS, foram analisadas séries históricas de precipitação e vazão, identificando padrões médios, tendências e eventos extremos, além da seleção de um período crítico para validação dos modelos. A simulação atmosférica com o WRF foi iniciada com dados do GFS/NCEP e validada utilizando dados do MERGE e de estações pluviométricas, enquanto o modelo MGB-IPH foi ajustado e calibrado para representar a bacia. Foram realizadas simulações hidrológicas com dados de precipitação do WRF e GFS, e avaliadas com os dados de estações fluviométricas. A análise histórica revelou que as regiões de maior altitude da BRPS registram maiores acumulados de chuva, vazões mais elevadas e maior frequência de eventos extremos. Ao longo do Rio Paraíba do Sul, observou-se uma tendência negativa de vazão, possivelmente associada à crescente demanda por recursos hídricos. No entanto, a região central da BRPS apresentou aumento na ocorrência de eventos extremos de vazão, reforçando a necessidade de monitoramento e alertas para inundações. Os resultados indicam que o modelo WRF simulou adequadamente a distribuição espacial da precipitação, embora tenha subestimado eventos extremos em algumas áreas. Já as simulações hidrológicas mostraram que a integração do WRF com o MGB-IPH apresentou melhor desempenho na previsão de vazão em comparação ao modelo global GFS, destacando-se como uma ferramenta promissora para o monitoramento hidrológico e a mitigação de desastres.