Proposta de uma Sistemática para Avaliação da Eficiência de Práticas ESG no Setor Público Brasileiro Utilizando Network DEA
ESG; Setor Público; Análise Envoltória de Dados; Sustentabilidade.
A crescente atenção às práticas ESG (Ambientais, Sociais e de Governança) no setor público reflete a necessidade de alinhar a gestão estatal aos compromissos globais de sustentabilidade e governança responsável. Apesar desse avanço, persistem desafios metodológicos relevantes, como a ausência de métricas padronizadas, a heterogeneidade dos indicadores utilizados e a carência de abordagens quantitativas capazes de avaliar comparativamente a eficiência da implementação ESG em diferentes instituições públicas. Nesse contexto, esta pesquisa tem como objetivo propor e aplicar uma sistemática inovadora para mensurar a eficiência relativa de práticas ESG no setor público brasileiro, integrando o Índice de Governança e Sustentabilidade (iESGo), desenvolvido pelo Tribunal de Contas da União, ao modelo Network Data Envelopment Analysis (NDEA). Diferentemente das abordagens tradicionais, o NDEA possibilita analisar subprocessos interligados e diferentes estágios da gestão pública, capturando não apenas a eficiência operacional, mas também a efetividade gerencial e o grau de alinhamento institucional às diretrizes de sustentabilidade. A proposta é aplicada a 387 organizações públicas federais avaliadas pelo iESGo em 2024, abrangendo dimensões como liderança, estratégia, controles, gestão e sustentabilidade social e ambiental. O modelo é complementado por análises comparativas (DEA-BCC e SBM) e por técnicas de clusterização, de modo a identificar benchmarks, classificar grupos de desempenho e evidenciar as organizações mais e menos eficientes. Espera-se que os resultados revelem padrões de eficiência, fragilidades estruturais e oportunidades de melhoria, além de fornecer evidências empíricas que subsidiem a formulação de políticas públicas mais alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). As contribuições desta pesquisa se dão em quatro frentes: metodológica, ao propor uma sistemática replicável para avaliação ESG no setor público; teórica, ao ampliar a literatura sobre desempenho e sustentabilidade em instituições governamentais; empírica, ao gerar evidências sobre a eficiência ESG em organizações públicas brasileiras; e gerencial, ao oferecer instrumentos práticos para fortalecer a accountability, a transparência e a governança pública sustentável.