Banca de DEFESA: DOUGLAS PETERSON MUNIS DA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : DOUGLAS PETERSON MUNIS DA SILVA
DATA : 31/10/2025
HORA: 14:00
LOCAL: meet.google.com/qeh-cewz-qat
TÍTULO:

Avaliação integrada da produção de hidrogênio: aspectos ambientais, econômicos e sociais  


PALAVRAS-CHAVES:

Hidrogênio, Descarbonização; Escassez hídrica; Balanço Energético; Insumo-Produto


PÁGINAS: 196
RESUMO:

Avaliação integrada da produção de hidrogênio: aspectos ambientais, econômicos e sociais  

Entre as alternativas para a transição energética e a descarbonização lista-se o hidrogênio (H2) de baixo carbono, cuja flexibilidade de produção e uso reflete em interesses crescentes para introduzir esse vetor no planejamento energético de companhias e países. Atualmente, cerca de 90% da  produção de H2 baseia-se em recursos fósseis e não renováveis. Portanto, apesar do potencial para a produção e uso H2 em larga escala associar-se ao potencial de  descarbonização de vários setores da economia, rotas alternativas de produção precisam ser avaliadas. Neste contexto, este trabalho apresenta uma avaliação integrada da produção de hidrogênio (H₂) no Brasil, abordando aspectos ambientais, além do potencial de descarbonização, e aspectos socioeconômicos. A metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) foi utilizada na perspectiva “do berço ao portão” para comparar sete rotas de produção de H₂: eletrólise da água com energia eólica, solar fotovoltaica e rede elétrica brasileira; e reforma a vapor de gás natural, etanol de cana-de-açúcar, etanol de milho e biometano de aterros. Três indicadores ambientais foram avaliados: Potencial de Aquecimento Global (GWP), Pegada de Escassez de Água (WSF) e Consumo de Energia Fóssil (FER). Os resultados mostraram ampla variação de impactos entre as rotas: o GWP variou entre 0,6 e 35,4 kg CO₂e/kg H₂, evidenciando vantagem significativa das rotas renováveis em relação às fósseis. A WSF variou de 0,4 para a rota baseada em gás natural a 60,9 m³ H₂Oeq/kg H₂ para a rota eletrolítica derivada de energia fotovoltaica com armazenamento em baterias. Essa variação indica que rotas baseadas em recursos renováveis podem ser intensivas em água. O FER indicou que mesmo nas rotas renováveis ainda há dependência indireta de combustíveis fósseis, principalmente associada à fabricação de equipamentos. Entre as rotas avaliadas, o H₂ derivado de biometano e a eletrólise alimentada por energia eólica conectada à rede apresentaram o melhor desempenho entre os três indicadores avaliados. Do ponto de vista econômico, foi estimado o custo nivelado de produção de H₂ e seu derivado, a amônia (NH3). As rotas via eletrólise baseadas em energia eólica e fotovoltaica resultaram em custos entre 5,05 e 8,08 USD/kg H₂, respectivamente. Para a NH₃, os custos projetados permanecem cerca de 60 - 80% superiores à NH3 fóssil, reforçando a necessidade de políticas de incentivo. Em relação aos aspectos socioeconômicos, os resultados evidenciaram que uma cadeia nacional de H₂ e NH₃ de baixo carbono pode gerar ganhos expressivos de emprego, renda e valor adicionado. Entretanto, a substituição de importações de NH₃ e o desenvolvimento de um mercado interno são passos essenciais antes de se priorizar exportações em larga escala. A simulação de políticas de subsídio direto indicou efeitos econômicos concentrados e negativos, recomendando que o financiamento da transição se dê via diversificação de instrumentos, como precificação de carbono, tarifas sobre produtos fósseis e incentivos à produção nacional de eletrolisadores e painéis fotovoltaicos. Conclui-se que o Brasil apresenta alto potencial técnico para se tornar um player relevante no mercado global de H₂ e NH3 de baixo carbono, mas enfrenta desafios estruturais para consolidar uma indústria competitiva. A nacionalização parcial da cadeia de suprimentos pode reduzir custos, aumentar benefícios socioeconômicos e alinhar o país às metas de descarbonização. A pesquisa reforça a necessidade de uma estratégia nacional integrada, combinando políticas industriais, energéticas e agrícolas, para viabilizar a transição para uma economia de baixo carbono baseada no H₂.

 

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2648553 - RAFAEL SILVA CAPAZ
Interno - ***.455.008-** - LUIZ AUGUSTO HORTA NOGUEIRA - UNIFEI
Externo ao Programa - 1346455 - MOISES DINIZ VASSALLO - UNIFEIExterna à Instituição - CARLA KAZUE NAKAO CAVALIERO - UNICAMP
Notícia cadastrada em: 08/10/2025 21:22
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