Avaliação integrada da produção de hidrogênio: desempenho ambiental, viabilidade técnica-econômica, benefícios sociais
Hidrogênio, Pegada de Carbono; Pegada Hídrica; Balanço Energético; Insumo-Produto
Para prevenir o aquecimento da temperatura da superfície terrestre para limites superiores a 1,5 °C comparados aos níveis pré-industriais, muitos países têm norteado suas ações pela transição energética e redução da dependência de recursos não renováveis. Entre as alternativas para a transição energética e a descarbonização lista-se o hidrogênio (H2) de baixo carbono, cuja flexibilidade de produção e uso reflete em interesses crescentes para introduzir esse vetor no planejamento energético de companhias e países. Atualmente, cerca de 90% da produção de H2 baseia-se em recursos fósseis e não renováveis. Portanto, apesar do potencial para a produção e uso H2 em larga escala associar-se ao potencial de descarbonização de vários setores da economia, rotas alternativas de produção precisam ser avaliadas. Entende-se que as metas de descarbonização têm ocupado, de forma equivocada, o espaço de uma discussão mais ampla acerca da transição energética da sociedade nos moldes de escolhas sustentáveis, abrangendo assim aspectos ambientais, econômicos e sociais. Ao lado de estudos que avaliam as emissões de carbono associados à produção de hidrogênio, existem vários estudos que avaliam a viabilidade técnico-econômica das rotas. No entanto, percebe-se uma certa carência de estudos abrangendo outras categorias de impacto e aspectos macroeconômicos. Neste contexto, o presente trabalho busca compreender os desdobramentos da inserção do hidrogênio (H2) no contexto brasileiro, abrangendo simultaneamente aspectos ambientais, econômicos e sociais. Para tal este trabalho pauta-se nos seguintes objetivos específicos: i) Descrição das rotas de produção de H2; ii) Análise do desempenho ambiental do hidrogênio na perspectiva do ciclo de vida, a partir da estimativa da pegada de carbono, pegada hídrica e balanço energético; iii) Análise técnico-econômica das rotas; a iv) Avaliação do impacto macroeconômico das rotas do contexto brasileiro a partir dos resultados da matriz insumo-produto. Serão avaliadas as seguintes rotas produtivas de H2: reforma a vapor do gás natural (SMR), como baseline; reforma a vapor de biogás de aterro e etanol, eletrólise da água com eletricidade renovável (solar e eólica) e considerando a matriz elétrica brasileira.